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1999 – Vol. 12 – Caminhos
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Roberta Miranda, nome artístico de Maria Albuquerque Miranda, (João Pessoa, 28 de setembro de 1956) é uma cantora e compositora brasileira. Consagrada pelo povo com o título de Rainha Sertaneja Roberta Miranda é a primeira cantora da MPB a vender mais de um milhão e meio de discos no lançamento do “primeiro disco” É um recorde até hoje inigualável no Brasil. É a quarta cantora brasileira que mais vendeu discos, com 20 milhões de cópias, ficando atrás apenas de Rita Lee, Xuxa e Maria Bethânia. Entre seus maiores sucessos estão A Majestade O Sabiá, Pimenta Malagueta, Vá Com Deus e Sol da Minha Vida. Esta última, do disco homônimo lançado no início da década de 1990, foi um sucesso radiofônico e de vendagem, cerca de 1.700.000 cópias. Em 9 de fevereiro de 2014, participou com a cantora Paula Fernandes, do programa Sai do Chão! da Rede Globo. Na ocasião, cantaram A Majestade O Sabiá regravada por Paula em seu DVD Multishow ao Vivo: Um Ser Amor com a participação de Roberta. Em 2015, ganhou o 26º Prêmio da Música Brasileira na categoria Melhor Cantora de Canção Popular.
Sou de João Pessoa, na Paraíba, meus pais tinham três filhos homens e queriam uma menina. Depois de 17 anos eu nasci, Maria Miranda. Quando completei oito anos, a família veio tentar a sorte em São Paulo. Meus irmãos se tornaram professores. Eu, concluído o curso colegial, pegava o violão e matava as aulas do cursinho. Queria ser cantora. Apanhei. Fui quase interna, pois eles sonhavam que a única filha fosse professora. Naquele tempo, violão, música e vida noturna não eram o ideal de uma família como a nossa, que migrou para a cidade mais rica do país. Acontece que eu tinha um sonho e uma determinação. Eu queria ser artista, compositora, cantora. Para isso, trabalhei arduamente por quatorze anos em bares e casas noturnas e me tornei Roberta Miranda. Em São Miguel Paulista, para onde viemos, descobri que Hermeto Paschoal morava na mesma rua. Fugia para a casa dele e ficava quietinha vendo ele trabalhar. Mamãe ia me buscar, pedia desculpas por eu estar incomodando, mas ele me salvava sempre, dizendo que não atrapalhava em nada. Eu respirava fundo e seguia atrás do meu sonho. Aos 16 anos, comecei a cantar em bares e acabei sendo contratada para abrir os shows do Beco e do Jogral, em São Paulo, na época o reduto da Bossa Nova. Abri show para Fafá de Belém, Rosemary e quem mais estivesse sendo dirigido por Abelardo Figueiredo ou Augusto César Vanucci.
Eu queria cantar, cantar e compor loucamente e, se possível, ser ouvida e entendida. Naturalmente, apareceu um empresário de conversa bonita, dizendo gostar das minhas composições e pensando torná-las conhecidas. Fiquei em êxtase, mas quando soube que o meu nome não seria citado mas que ganharia um bom dinheiro, objeto de extrema necessidade, o meu sonho falou mais alto: não e não. Quero o meu nome aparecendo.
Continuei na minha vida de crooner, até que me aconselharam a ter cuidado com a noite, porque termina por criar alguns vícios perigosos para o canto. Parei por três anos. Enquanto isso trabalhava como maquiadora, assistente de estúdio, qualquer coisa que me permitisse comer e compor. Fiz 400 composições e bicos que me aproximavam dos artistas, das gravadoras, para oferecer as minhas músicas. Até que um dia mostrei Majestade, o Sabiá, numa gravadora. Eles gostaram muito e resolveram gravar. Foi um super sucesso e Jair Rodrigues vendeu quase um milhão de discos. Ainda não havia chegado a vez da cantora Roberta Miranda, mas a compositora fora reconhecida. Era um começo, pensei. Finalmente, gravei o meu primeiro disco. Eu tinha tanta sede, tanta vontade de vencer que perguntei ao meu maestro, Nelson Oscar, quantos discos teria que vender para que a gravadora me desse a oportunidade de gravar o segundo disco. Ele falou: Roberta, para você pagar todo os custos terá que vender 5.000 cópias”. Eu pensei: Vendo de porta em porta, vendo para minha família, vendo para os meus amigos, cheia de empolgação. De repente, lancei o disco que tem a música “São tantas coisas, como carro chefe. Viajei durante oito meses, por todo o Brasil divulgando o trabalho e um dia cheguei à fábrica da gravadora Continental e vi um caminhão carregado de discos. Eu, na maior simplicidade, cheia de curiosidade, comentei com o carregador: “Nossa, quantos discos!…Quantos têm aí? E ele respondeu que eram 100.000 cópias. “Quem é o artista?”, Perguntei. “É tudo seu, Roberta Miranda”…Fiquei parada, levitando, sentindo o chão fugir.
Depois de tanto me degladiar com o machismo, o venci às custas do meu talento e do desafio de dizer uma frase de extrema simplicidade e de grandes implicações. Não é fácil dizer EU QUERO. A mulher nasceu com todos os requisitos para ser vencedora.
01 Se É Pra Brincar De Amor
02 Amanhã
03 No Coração a Paixão Na Cabeça o Ciúme
04 Voz de Deus
05 Eu Quero Confessar
06 Quero Você Pra Mim
07 Alem de Mim
08 Fim De Conversa
09 Não Tem Pra Ninguem
10 Cowboy Dos Sonhos
11 Melhor Que Seja Agora
12 Fantasmas
13 Caminhei