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1998 – Vol. 11 – Paixão
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Roberta Miranda, nome artístico de Maria Albuquerque Miranda, (João Pessoa, 28 de setembro de 1956) é uma cantora e compositora brasileira. Consagrada pelo povo com o título de Rainha Sertaneja Roberta Miranda é a primeira cantora da MPB a vender mais de um milhão e meio de discos no lançamento do “primeiro disco” É um recorde até hoje inigualável no Brasil. É a quarta cantora brasileira que mais vendeu discos, com 20 milhões de cópias, ficando atrás apenas de Rita Lee, Xuxa e Maria Bethânia. Entre seus maiores sucessos estão A Majestade O Sabiá, Pimenta Malagueta, Vá Com Deus e Sol da Minha Vida. Esta última, do disco homônimo lançado no início da década de 1990, foi um sucesso radiofônico e de vendagem, cerca de 1.700.000 cópias. Em 9 de fevereiro de 2014, participou com a cantora Paula Fernandes, do programa Sai do Chão! da Rede Globo. Na ocasião, cantaram A Majestade O Sabiá regravada por Paula em seu DVD Multishow ao Vivo: Um Ser Amor com a participação de Roberta. Em 2015, ganhou o 26º Prêmio da Música Brasileira na categoria Melhor Cantora de Canção Popular.
Sou de João Pessoa, na Paraíba, meus pais tinham três filhos homens e queriam uma menina. Depois de 17 anos eu nasci, Maria Miranda. Quando completei oito anos, a família veio tentar a sorte em São Paulo. Meus irmãos se tornaram professores. Eu, concluído o curso colegial, pegava o violão e matava as aulas do cursinho. Queria ser cantora. Apanhei. Fui quase interna, pois eles sonhavam que a única filha fosse professora. Naquele tempo, violão, música e vida noturna não eram o ideal de uma família como a nossa, que migrou para a cidade mais rica do país. Acontece que eu tinha um sonho e uma determinação. Eu queria ser artista, compositora, cantora. Para isso, trabalhei arduamente por quatorze anos em bares e casas noturnas e me tornei Roberta Miranda. Em São Miguel Paulista, para onde viemos, descobri que Hermeto Paschoal morava na mesma rua. Fugia para a casa dele e ficava quietinha vendo ele trabalhar. Mamãe ia me buscar, pedia desculpas por eu estar incomodando, mas ele me salvava sempre, dizendo que não atrapalhava em nada. Eu respirava fundo e seguia atrás do meu sonho. Aos 16 anos, comecei a cantar em bares e acabei sendo contratada para abrir os shows do Beco e do Jogral, em São Paulo, na época o reduto da Bossa Nova. Abri show para Fafá de Belém, Rosemary e quem mais estivesse sendo dirigido por Abelardo Figueiredo ou Augusto César Vanucci.
Eu queria cantar, cantar e compor loucamente e, se possível, ser ouvida e entendida. Naturalmente, apareceu um empresário de conversa bonita, dizendo gostar das minhas composições e pensando torná-las conhecidas. Fiquei em êxtase, mas quando soube que o meu nome não seria citado mas que ganharia um bom dinheiro, objeto de extrema necessidade, o meu sonho falou mais alto: não e não. Quero o meu nome aparecendo.
Continuei na minha vida de crooner, até que me aconselharam a ter cuidado com a noite, porque termina por criar alguns vícios perigosos para o canto. Parei por três anos. Enquanto isso trabalhava como maquiadora, assistente de estúdio, qualquer coisa que me permitisse comer e compor. Fiz 400 composições e bicos que me aproximavam dos artistas, das gravadoras, para oferecer as minhas músicas. Até que um dia mostrei Majestade, o Sabiá, numa gravadora. Eles gostaram muito e resolveram gravar. Foi um super sucesso e Jair Rodrigues vendeu quase um milhão de discos. Ainda não havia chegado a vez da cantora Roberta Miranda, mas a compositora fora reconhecida. Era um começo, pensei. Finalmente, gravei o meu primeiro disco. Eu tinha tanta sede, tanta vontade de vencer que perguntei ao meu maestro, Nelson Oscar, quantos discos teria que vender para que a gravadora me desse a oportunidade de gravar o segundo disco. Ele falou: Roberta, para você pagar todo os custos terá que vender 5.000 cópias”. Eu pensei: Vendo de porta em porta, vendo para minha família, vendo para os meus amigos, cheia de empolgação. De repente, lancei o disco que tem a música “São tantas coisas, como carro chefe. Viajei durante oito meses, por todo o Brasil divulgando o trabalho e um dia cheguei à fábrica da gravadora Continental e vi um caminhão carregado de discos. Eu, na maior simplicidade, cheia de curiosidade, comentei com o carregador: “Nossa, quantos discos!…Quantos têm aí? E ele respondeu que eram 100.000 cópias. “Quem é o artista?”, Perguntei. “É tudo seu, Roberta Miranda”…Fiquei parada, levitando, sentindo o chão fugir.
Depois de tanto me degladiar com o machismo, o venci às custas do meu talento e do desafio de dizer uma frase de extrema simplicidade e de grandes implicações. Não é fácil dizer EU QUERO. A mulher nasceu com todos os requisitos para ser vencedora.
01. Pobre Esperança
02. Sempre mais
03. Tá por fora
04. Recordações
05. Que pena
06. Ë amor demais
07. O preço da paixão
08. Pedacinhos
09. Me cobre de beijos
10. Olhos castanhos
11. Máscara
12. Seu amor ainda é tudo
13. Ta-hí
14. Meus pais